25/04/18

Patan e Bhaktapur museus abertos do Nepal

Foi no dia 25 de Abril de 2015 que um terrível terramoto de 7.8 na escala de Richter deitou abaixo grande parte da capital do Nepal, foram muitos os pagodes que perderam os telhados mas não foram só os pagodes, dizem que foram mais de 4 milhões de pessoas afetadas pela tragédia e mais de 5000 mortes. Por toda a cidade existem vestígios bem evidentes da destruição mas há um povo humilde e de coração bom que lentamente vai erguendo o seu património ainda que com alguma tristeza nos olhos. Aterrei em Kathmandu dois dias depois de um terrível acidente de viação acontecer naquele aeroporto, dizem que os ventos cruzados das montanhas adjacentes ao vale nem sempre são fáceis de contornar, mas só regressei a Katmandu 7 dias depois e foi nessa altura, quando chegámos a Patan e Bhaktapur que tive consciência do que tinha acontecido faz hoje precisamente 3 anos. No meio das ruínas há gente que transporta pedra aos ombros, onde contrastam com os miúdos do colégio que passam de fardas limpas e bonitas no meio do enorme ruído das obras. Na Durbar Square os edifícios de madeira são suportados por andaimes de bambo, os vendedores de rua fazem roda à nossa volta, pedem 500 e só nos largam depois de conseguir vender nem que seja por 100 rupias. Os templos em madeira esculpida tem vários tetos, curiosamente o mais alto e único de 5 tetos não sofreu com o terramoto. Dizem que foi a Deusa que nele habita que o salvou.
Os edifícios desta cidade medieval e atmosfera intrigante são fascinantes, as ruas estreitas são pavimentas de tijoleira de barro aplicada em espinha, os comerciantes são amáveis, há grupos de estrangeiros que fazem trabalho de voluntariado na reconstrução de casas, soubemos disso porque conhecemos uma dessas almas caridosas, um dinamarquês, alto, de cabelo loiro e olhos azuis que nos revelou a sua cidade favorita, tivemos a histeria depois que sacou do telemóvel e a foto de proteção do ecrã era Lisboa.

24/04/18

LOOK # 168

Parece que o bom tempo veio, e por isso, hoje trago um look bastante primaveril e claramente ainda com um toque do Nepal devido a um dos muitos bindis que vieram de lá e que uso orgulhosamente.
Os bindis, tradicionalmente usados pelas mulheres casadas hinduístas como se de um terceiro olho se tratasse, simbolizavam a força feminina e uma proteção divina. No entanto com a banalização das tradições o bindi passou a ser usado com um item decorativo e a importância da religião ou do estado civil já não tem relevância. Eu acho que são lindos e como pirosa que sou tinha de combinar a cor da camisa com a cor do bindi obviamente. Gosto tanto!


21/04/18

Nepal - A tocar o céu em Pokhara

Foi em Pokhara, depois de mais 6 hora de autocarro que tocámos o céu. Pokhara é a terceira maior e mais povoada cidade do Nepal, situa-se num vale, entre a maravilhosa combinação de um lago o Phewa Pal e do maciço de Annapurna, a decíma mais alta montanha dos Himalaias com 8091 mt de altura. Pokhara é uma cidade moderna e virada para o turismo por causa das centenas de aventureiros que chegam diariamente de todo o lado para o trekking, escalda ou alpinismo na cordilheira mais mítica do mundo! A cidade é muito mais descontraída e muito menos poluída que a capital Katmandu. Na zona de Lakeside, facilmente encontramos bares, restaurantes ou cafés com esplanada ao estilo ocidental. Também não há falta de lojas, ainda que diferentes das nossas e inúmeros sítios para massagens de todo o tipo.


18/04/18

LOOK # 167

Nem imaginam o que seria coerente para mim, sair de casa minimamente arranjada e ir tirar fotos. Mas não, isso nunca acontece. No máximo ao sair de casa penso que gostaria de tirar fotos mas depois veremos se haverão ou não.
Sou mesmo uma blogger real com tudo o que isso implica e por isso estas fotos foram tiradas no domingo passado, mas só depois de ter ido almoçar a casa dos meus sogros, depois de ter ido fazer uma caminhada a pé com direito a uma ligeira chuvinha (quem me segue no Insta, viu os stories na Fornea que está cheia de cascatas lindas por causa das chuvas).
Só ao final do dia já de regresso e depois de irmos às salinas comprar 1 kg de Flor de Sal é que houve oportunidade para as fotos. Obviamente que o aspeto não é o mesmo de quando estamos acabadinhos de sair de casa, mas eu queria mesmo muito mostrar esta minha nova blusa semi-transparente e cheia de folhos delicados que a Zaful cordialmente me enviou por isso espero que gostem!


16/04/18

A despedida de Chitwan

Um mês que separa a data de hoje com a data da chegada ao Nepal. Ainda tenho muito para partilhar, mas agora com este distanciamento temporal consigo sentir melhor as alterações sofridas numa viagem com esta intensidade. Estou mais sensível a algumas coisas e muito menos a outras. Mas sinto sobretudo, que devo ouvir melhor o meu coração, a minha alma, o meu ser. Os dias em Chitwan foram muito esclarecedores nesse aspeto e trouxeram-me outra sensibilidade. No último dia, como de costume, era cedo e nós já estávamos  ao pé do rio  a fazer a nossa própria meditação ao som de um Mantra que o Luís pós a tocar enquanto o Sol nascia à nossa frente. Uns descalços para sentir melhor a terra, outros comoviam-se profundamente enquanto agradeciam  aquela dádiva da vida, outros balançavam o corpo lentamente, como se estivessem hipnotizados pela magia dos sons da natureza e pela luz do sol que aparecia lentamente. Mas aqui tudo foi permitido e houve quem opta-se simplesmente por olhar ou tirar fotografias, mas também aqui há uma enorme magia a acontecer. A magia do respeito, da não critica, do cada qual ser ele próprio sem julgamentos e essa magia é das mais encantadoras e bonitas que um grupo pode ter.
Todos estávamos embebidos no mesmo espirito de paz e sentiu-se a cada forte e poderoso abraço que estávamos constantemente a distribuir generosamente.  Ah....Como sabe bem um abraço verdadeiramente sentido e como é difícil explicar-vos o poder que ele nos dá...


11/04/18

A luta para ganhar peso

Há 4 meses comecei um plano no ginásio com PT. Ao contrário de 90% das pessoas que procuram este serviço, o meu objetivo é aumentar peso e ganhar massa muscular principalmente na zona das costas. O objetivo é conseguir um bom suporte para a coluna que é o meu problema principal. Uma escoliose no limite do aceitável detetada aos 14 anos, fez com que eu passasse 3 anos dentro de um colete em fibra que descia desde o pescoço até às ancas. Era apertado por 3 fivelas na parte de trás e deixou-me completamente dependente da minha mãe, em casa, e quando estava na escola,  da minha melhor amiga que me apoiou na dura tarefa de me encaixar dentro do colete depois das aulas de educação física ou de natação, nas duas únicas horas que me eram permitidas descansar por dia. Foram tempos difíceis, mas do mal o menos, porque evitou uma complicada operação e reduziu significativamente a amplitude da curva da coluna. Sendo que agora, com a idade e com a falta de exercício especifico vai aumentado gradualmente ano após ano. Foi com essa consciência que decidi começar um plano adaptado às minhas necessidades. Para ganhar a massa muscular que necessito preciso de comer mais, ou então corro o risco de treinar e perder o que tenho e é precisamente aí que começa a minha dificuldade.
O meu PT, na tentativa de melhorar os nossos resultados, sugeriu que lhe enviasse as fotografias das minhas refeições e assim poder aconselhar de forma mais adequada, mas a sugestão passa sempre pela mesma coisa. Comer em maior quantidade, abusar nos hidratos de carbono, mais arroz, mais massa e na proteína, mais carne, ovos, atum. Nestes 4 meses, já consigo sentir alguns resultados, sinto-me com mais força e quando olho para as minhas costas no espelho já consigo ver alguns músculos com mais definição. No entanto na nossa última pesagem eu tinha menos 2 kilos. Concluímos que não ando a comer o suficiente e que há ainda um longo caminho a percorrer. Hoje só jantei uma sopa e uma salada de tofu com cenoura e beterraba. Mas partilho este jantar maravilhoso que o meu marido preparou numa noite destas. Um belo naco de carne, batata-doce, tomate cherry e rúcula com requeijão. Tivesse eu todos os dias um jantar assim e ver se não ganhava peso....

10/04/18

Na vida de uma aldeia no Nepal

Quando decidi embarcar nesta viagem, fui consciente. Queria sentir a minha individualidade e liberdade ao máximo. Mas fui inevitavelmente com alguns receios, afinal sou mãe, sou esposa, tenho um trabalho e um lar para cuidar. Sabia que os deixava confortavelmente instalados na nossa casa, com todas as comodidades (básicas para nós, luxos para maioria dos orientais) com a despensa recheada, com a roupa passada, com almoços e atividades programadas. Sabia que embora a vida do pai fosse uma autêntica roda viva, teria que abrandar a azafama para tomar um pouco o lugar da mãe. Pedi à minha mãe e à minha sogra, para ficarem alerta para o caso de ser necessário alguma coisa. Aos pais dos colegas de futebol, pedi para o deixarem em casa depois do treino, no caso de haver alguns atrasos, mas tudo correu de forma perfeita.
A sociedade ou nós próprios, criamos estas crenças limitadoras que não nos deixam desapegar do dito normal e que depois quando saímos da linha, temos aquela sensação de que não somos tão bons quanto o que deveríamos ser, eu própria chego a sentir culpa, vezes e vezes sem conta por não estar mais com os meus filhos.
Há sempre alguém pronto para apontar o dedo e nós, não sabemos lidar com as críticas. Vamos arranjando desculpas mentalmente para dar a alguém caso seja necessário, mas talvez essas desculpas sejam, em primeira instância para nós mesmos!
Isto tudo para dizer, ou para me desculpar, vá, que lidei muito bem com o facto de me desapegar da família e, curiosamente não me senti mal por isso. Vivi a viagem com tanta intensidade com tanta força, com tanta vontade e tranquilidade, sabendo sempre à partida que estaria tudo bem por cá que não houve aquele aperto no coração como era esperado a uma mãe de dois. Julguem-me.... se calhar sou má mãe, má esposa, má filha (também não liguei à minha mãe, e costumo dar na cabeça aos meus irmãos quando lhe fazem isso)! Não liguei, não passei o tempo a falar ou a pensar nos filhos e na família. No máximo, enviei uma mensagem ao pai de dois em dois dias a informar que estava bem que estava a adorar, que estava a ser incrível. Senti respeito do outro lado, também não fui incomodada. Precisava de estar ali comigo e estive. Desculpem a frieza!

09/04/18

LOOK # 166

Tenho tanta coisa para contar que me perco nos meus próprios pensamentos. Brevemente quero continuar os relatos da minha transformadora viagem ao Nepal, não quero por nada perder este sentimento que me enche tanto sem o partilhar aqui. Tenho também coisas a dizer sobre o meu fim de semana no Porto e na Expocosmética, trago muitos produtos novos para mostrar e falar!  Mas uma coisa de cada vez, certo?
Para já deixo um look para se inspirarem para esta semana, onde a estrela é a T-shirt. Já sabemos que uma T-Shirt com uma boa frase estampada ou uma imagem divertida é sempre uma boa aposta e ajuda a alegrar qualquer outfit. Foi pelo sumo extra que esta Laranja me iria trazer aos looks, que apostei nesta peça e modéstia à parte, ficou um máximo, não acham??


04/04/18

A incrível experiência de dar banho a elefantes


Em Chitwan, acordámos sempre cedo, permitimo-nos contemplar o nascer do sol e receber a energia poderosa que chega juntamente com a luz. Francamente não deveria ser preciso eu voar mais de 8000 km para chegar a esta conclusão, mas foi!
Como se não nos bastasse este banho de sol, no segundo dia, fomos diretos à floresta para um passeio matinal. O bem que sabe o contacto com a natureza nesta harmonia perfeita entre árvores centenárias, plantas medicinais e o intenso chilrear dos inúmeros pássaros. Durante o resto da manhã fomos ter uma aula sobre elefantes para percebermos como são cuidadosamente tratados e treinados. Neste lugar existe muito respeito e carinho pelos elefantes mas é muito especial e bonito ver que os elefantes sentem os mesmo em relação às pessoas! Nunca imaginei em momento algum, que pudesse estar sentada confortavelmente numa cadeira de plástico como se de uma esplanada se tratasse, com dois elefantes completamente soltos a dois passos de mim. Isto mostra bem o quão tranquilos estão os animais e os próprios treinadores. Enquanto o treinador nos explicava uma data de características relativamente aos elefantes, fomos tendo oportunidade, um a um de os alimentar e todos nós já estávamos completamente gratos por ter aquela oportunidade incrível.




02/04/18

LOOK # 165

Uma pequena pausa nos post sobre a viagem para vos mostrar mais um look casual, ideal para um dia descontraído. Esta camisola chegou a minha casa quando eu estava no Nepal e fiquei a achar que já não vinha a tempo de a usar, mas o tempo está sempre a trocar-nos as voltas e pelos visto esta primavera será bastante fresquinha. Ideal para sair à rua de camisola. Optei por juntar um lenço ao pescoço para tentar fugir ao óbvio e até gostei desta mistura de texturas e padrões! Espero que se inspirem...


01/04/18

Nepal (a chegada a Chitwan)

Depois de uma noite de trovoada intensa (foi a única vez que choveu) saímos em direção a Chitwan eram 5.30h da manhã. A chuva acalmou a poeira dos 180km de estrada em terra batida mas aumentou os buracos e como tal, os solavancos. Foram 7 longas horas de viagem em autocarro, numa estrada que ao fundo das ingremes ravinas era acompanhada pelo rio. Foram centenas, os camiões Tata decorados de forma exuberante  que se cruzaram por nós, muitos deles em ultrapassagens completamente descontroladas mas que, ainda estou para perceber como, acabavam sempre por funcionar!  Ali não há grandes regras no trânsito, se a largura da estrada o permitir é fácil vermos 3 ou 4 filas de trânsito em simultâneo. É o salve-se quem puder!
Confesso que não foi a viagem mais agradável da minha vida, mas deu-me outra perspetiva da vida no Nepal, e valeram cada solavanco assim que chegamos ao Parque Nacional de Chitwan. Neste parque que é considerado património da humanidade, existem diversos tipos de animais selvagens como o rinoceronte asiático, urso preguiça,  Tigre de Bengala (que infelizmente não conseguimos ver)  alguns deles que já estiveram em vias de extinção e graças a este parque que envolvendo a comunidade local, desenvolveu sinergias de forma a proteger as mais diversas espécies no seu habitat natural.
A primeira experiencia aconteceu logo depois do nosso almoço buffet. Fomos levados em jipes e depois de atravessarmos longos campos de bananeiras, deparamo-nos com os elefantes que estavam à nossa espera para nos proporcionarem um safari pela natureza em todo o seu esplendor.
O elefante é um animal enorme, obviamente que causa algum receio, incrivelmente embora tenha tido consideração pela sua grandeza, não senti medo. Consegui facilmente tocar-lhe e mostra-lhe o meu respeito.
O safari de elefante foi idêntico à nossa viagem de autocarro devido à turbulência, mas foi uma aventura muita completa. Fomos em silencio, apreciando a natureza, vimos bem de perto inúmeras espécies que estavam naturalmente e tranquilamente no seu lar. Foi um momento de encontro com a natureza, coisa que pouco faço e por isso soube bem puder parar, respirar, aproveitar e tomar consciência que estava no Nepal em cima de um elefante.