Quando decidi embarcar nesta viagem, fui consciente. Queria sentir a minha individualidade e liberdade ao máximo. Mas fui inevitavelmente com alguns receios, afinal sou mãe, sou esposa, tenho um trabalho e um lar para cuidar. Sabia que os deixava confortavelmente instalados na nossa casa, com todas as comodidades (básicas para nós, luxos para maioria dos orientais) com a despensa recheada, com a roupa passada, com almoços e atividades programadas. Sabia que embora a vida do pai fosse uma autêntica roda viva, teria que abrandar a azafama para tomar um pouco o lugar da mãe. Pedi à minha mãe e à minha sogra, para ficarem alerta para o caso de ser necessário alguma coisa. Aos pais dos colegas de futebol, pedi para o deixarem em casa depois do treino, no caso de haver alguns atrasos, mas tudo correu de forma perfeita.
A sociedade ou nós próprios, criamos estas crenças limitadoras que não nos deixam desapegar do dito normal e que depois quando saímos da linha, temos aquela sensação de que não somos tão bons quanto o que deveríamos ser, eu própria chego a sentir culpa, vezes e vezes sem conta por não estar mais com os meus filhos.
Há sempre alguém pronto para apontar o dedo e nós, não sabemos lidar com as críticas. Vamos arranjando desculpas mentalmente para dar a alguém caso seja necessário, mas talvez essas desculpas sejam, em primeira instância para nós mesmos!
Isto tudo para dizer, ou para me desculpar, vá, que lidei muito bem com o facto de me desapegar da família e, curiosamente não me senti mal por isso. Vivi a viagem com tanta intensidade com tanta força, com tanta vontade e tranquilidade, sabendo sempre à partida que estaria tudo bem por cá que não houve aquele aperto no coração como era esperado a uma mãe de dois. Julguem-me.... se calhar sou má mãe, má esposa, má filha (também não liguei à minha mãe, e costumo dar na cabeça aos meus irmãos quando lhe fazem isso)! Não liguei, não passei o tempo a falar ou a pensar nos filhos e na família. No máximo, enviei uma mensagem ao pai de dois em dois dias a informar que estava bem que estava a adorar, que estava a ser incrível. Senti respeito do outro lado, também não fui incomodada. Precisava de estar ali comigo e estive. Desculpem a frieza!
No entanto, no dia que fomos passear pela aldeia e conhecer algumas famílias, o meu coração bateu mais forte por causa das crianças. Não sei se por ser mãe, ou se por eu própria nesta viagem ter sido uma criança na sua autenticidade, estar em contacto com elas, fez os meus olhos brilharem, o meu peito explodir e a minha vontade de pular, gritar e abraçar aumentar.
Por si só o contacto tão direto que tivemos com aquelas pessoas já mexe muito com o nosso ser. Sentir como é a vida deles, a casa, a rotina, as condições, como preparam a comida, lavam a loiça ou como tomam banho é muito marcante. Poder dar uma bolsa, uns chocolates, canetas, livros ou t-shirts e receber tamanha alegria e sentir que eles ficam tão felizes é de comover qualquer pedra da calçada. Deixar um bando de crianças a gritar no horizonte bye Ana é extremamente profundo e puro! Vai ecoar na minha memória até que ela o permita!
Como devem calcular, tudo isto foi muito intenso e ao final do dia, na nossa partilha habitual, foi impossível conter as lágrimas. Eu sabia que não era tristeza, nem alegria, nem saudade... queria compreender porque chorava daquela maneira. Alguém me deu um abraço forte e me fez perceber que chorar não era errado, era a forma de limpar a alma e de purificar. Tranquilizou-me e fiquei mais descansada. Realmente eu sentia que estava imensamente grata, pela forma profunda e poderosa de como estava a ter esta experiência de vida, de partilha, de encontro com os outros, com o mundo e comigo própria. Continuo grata e continuarei eternamente.
Há sempre alguém pronto para apontar o dedo e nós, não sabemos lidar com as críticas. Vamos arranjando desculpas mentalmente para dar a alguém caso seja necessário, mas talvez essas desculpas sejam, em primeira instância para nós mesmos!
Isto tudo para dizer, ou para me desculpar, vá, que lidei muito bem com o facto de me desapegar da família e, curiosamente não me senti mal por isso. Vivi a viagem com tanta intensidade com tanta força, com tanta vontade e tranquilidade, sabendo sempre à partida que estaria tudo bem por cá que não houve aquele aperto no coração como era esperado a uma mãe de dois. Julguem-me.... se calhar sou má mãe, má esposa, má filha (também não liguei à minha mãe, e costumo dar na cabeça aos meus irmãos quando lhe fazem isso)! Não liguei, não passei o tempo a falar ou a pensar nos filhos e na família. No máximo, enviei uma mensagem ao pai de dois em dois dias a informar que estava bem que estava a adorar, que estava a ser incrível. Senti respeito do outro lado, também não fui incomodada. Precisava de estar ali comigo e estive. Desculpem a frieza!
No entanto, no dia que fomos passear pela aldeia e conhecer algumas famílias, o meu coração bateu mais forte por causa das crianças. Não sei se por ser mãe, ou se por eu própria nesta viagem ter sido uma criança na sua autenticidade, estar em contacto com elas, fez os meus olhos brilharem, o meu peito explodir e a minha vontade de pular, gritar e abraçar aumentar.
Por si só o contacto tão direto que tivemos com aquelas pessoas já mexe muito com o nosso ser. Sentir como é a vida deles, a casa, a rotina, as condições, como preparam a comida, lavam a loiça ou como tomam banho é muito marcante. Poder dar uma bolsa, uns chocolates, canetas, livros ou t-shirts e receber tamanha alegria e sentir que eles ficam tão felizes é de comover qualquer pedra da calçada. Deixar um bando de crianças a gritar no horizonte bye Ana é extremamente profundo e puro! Vai ecoar na minha memória até que ela o permita!
Como devem calcular, tudo isto foi muito intenso e ao final do dia, na nossa partilha habitual, foi impossível conter as lágrimas. Eu sabia que não era tristeza, nem alegria, nem saudade... queria compreender porque chorava daquela maneira. Alguém me deu um abraço forte e me fez perceber que chorar não era errado, era a forma de limpar a alma e de purificar. Tranquilizou-me e fiquei mais descansada. Realmente eu sentia que estava imensamente grata, pela forma profunda e poderosa de como estava a ter esta experiência de vida, de partilha, de encontro com os outros, com o mundo e comigo própria. Continuo grata e continuarei eternamente.
Great post...
ResponderEliminarHave a nice day.
Thanks
EliminarDeve ter sido uma experiência fantástica :) :)
ResponderEliminarFoi mesmo... mudou a minha forma de ver o mundo!
EliminarAmei...obrigada pela partilha😊
ResponderEliminarQuerida Mónica, obrigada por estares desse lado! Um beijinho
EliminarWow! Deve ter sido uma fantástica viagem e uma grande prova de superação! Muitos parabéns pela coragem e iniciativa e obrigado pela partilha! =)
ResponderEliminarFoi mesmo fantástica e sim, foi um grande superação para mim a vários níveis! Estou muito grata e feliz com esta realização. Obrigada por estarem desse lado também! bj
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